
Guanyin (Kuan Yin) é a deusa da misericórdia do panteão nativo da China antiga. Foi sincretizada com Avalokiteshvara hindu e posteriormente elevada ao grau de boddisattva com a popularização do Budismo na China. Sendo uma das mais populares deidades chinesas aparece em muitos contos guiando as pessoas que peregrinam em busca de seus caminhos. Aparece nesse papel, por exemplo, em um dos maiores contos da literatura chinesa: a Viagem ao Oeste (a jornada do Rei Macaco e seus companheiros escoltando o monge Xuan Zhan até o ocidente para obter os sutras budistas, certamente um equivalente asiático da Odisseia). Com o tempo essa deusa da misericórdia se popularizou enormemente, assim como seu mantra. Nem sempre, porém, as pessoas que recitam esse mantra conhecem seu verdadeiro significado e origem.

Na Ásia existe a crença da existência de um ciclo de reencarnação em existências de sofrimento. A esses ciclos os hindu chamam de Samsara, há uma ideia análoga no Budismo e no Taoísmo o conceito de Roda do Destino. Esse ciclo existencial subdivide-se em seis mundos, que os taoístas chamam de seis caminhos. Os seis caminhos são nomeados pelas formas de existência em cada um, chamados de Deva (divindades yang), Asura (divindades yin), Humanos, Animais (ou bestas), Espíritos Famintos e Prisões Terrestres. O objetivo do mantra seis-silabado de Guanyin (Om-ma-ni-pad-me-hum) é selar os portais para a transmigração nessas formas de existência, podendo ascender à iluminação.

OM fecha as portas ao sofrimento de reencarnar como divindade (deva). O sofrimento dos deuses vem da observação daquele que inevitavelmente cairá da realidade dos deuses. Esse sofrimento vem do orgulho.
天道 ou 天趣, Deva (Sânscrito = deva-gati)
MA fecha as portas ao sofrimento de reencarnar como titã (ashura). O sofrimento dos titãs vem do eterno conflito. Esse sofrimento vem do ciúmes.
阿修羅道 ou 阿修羅趣 Ashura (Sânscrito = asura-gati)
NI fecha as portas ao sofrimento de reencarnar como humano. O sofrimento dos humanos vem do nascimento, doenças, envelhecimento e morte. Esse sofrimento vem dos desejos.
人道 ou 人趣 Humanos (Sânscrito = manusya-gati)
PAD fecha as portas ao sofrimento de reencarnar como animal. O sofrimento dos animais vem da estupidez e da predação (sendo caça ou caçador). Esse sofrimento vem da ignorância.
畜生道 ou 畜生趣 Animais (Sânscrito = tiryagyoni-gati)
ME fecha as portas ao sofrimento de vagar como espírito faminto (umbral). O sofrimento dos espíritos famintos (pretas) vem das necessidades como fome e sede. Esse sofrimento vem do vício e da ganância.
餓鬼道 ou 餓鬼趣 Espíritos Famintos (Sânscrito = preta-gati)
HUM fecha as portas do recair nos infernos (como o vale dos suicidas), chamado pelos orientais de Prisões Terrestres. O sofrimento das Prisões Terrestres vem do frio e do calor. Esse sofrimento vem da raiva e da culpa.
地獄道 ou 地獄趣 Prisões Terrestres (Sânscrito = naraka-gati)
Nesse sentido a existência humana é considerada muito preciosa, pois dos seis caminhos é o único onde pode-se ter clareza suficiente para saltar fora da Roda do Destino. A obtenção do equilíbrio orgânico, dessa clareza mental e do acesso às energias internas refinadas e revertidas ao seu estado original para escapar da existência no sofrimento era o objetivo da Alquimia Interna, sendo esse estado original conhecido como Jindan (elixir dourado).

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